São Roque do Pico - Açores

Capital do Turismo Rural

A habitação
tradicional de
São Roque do Pico

Essa identidade, que a tradição oral e escrita concentrou, no que respeita ao Pico, na expressão rude das casas, adegas e outras edificações, frequentemente construídas em alvenaria de pedra sem qualquer reboco interno ou externo, tem dois pontos altos no Concelho de São Roque: um no âmbito da habitação tradicional corrente, dita "popular", outro no âmbito da habitação de "influência erudita", quase solarenga.

A concentração no Concelho de São Roque de exemplares arcaizantes, tanto no domínio da casa "popular" como na habitação de "influência erudita", no seio de um acervo rico e variado de tipos arquitectónicos que estimula o estudo cruzado de influências, confirma a importância do património edificado deste município no campo da habitação tradicional.

Apesar de não haver uma fronteira nítida entre as casas "populares" e as de "influência erudita’’, não é vã a tentativa de caracterização comparada.

As habitações de ambos os grupos inserem-se em ambiente rústico e comungam características próprias do contexto agrícola, como a de possuírem lojas térreas e surgirem muitas vezes acompanhadas de edificações de apoio à agricultura. Umas e outras são, portanto, casas rurais. As diferenças mais evidentes encontram-se na dimensão e na frequência, já que as habitações comuns possuem menos e menores compartimentos, mas podem ainda ser encontradas em pequenos núcleos, enquanto as casas maiores, tendo pertencido a proprietários mais abastados e socialmente mais proeminentes, são de ocorrência excepcional.

Certos aspectos construtivos e expressivos são também comuns às casas mais antigas, independentemente do estatuto socioeconómico de quem as mandou construir, nomeadamente o já referido ar rude e arcaico e uma proporção atarracada. A fama de negrume que envolve a arquitectura do Pico, resultante da utilização da pedra vulcânica sem qualquer revestimento (pedra que aparenta ser mais preta aqui que em qualquer outra ilha), é que nem sempre corresponde a uma realidade construtiva. De facto, todas as casas de "influência erudita" e muitas de arquitectura corrente foram rebocadas e pintadas de branco pelo menos nas fachadas principais. Mas o Concelho de São Roque está virado a norte, menos exposto ao sol e mais à influência dos ventos marítimos e das humidades que reduzem a uma mancha escura qualquer caiação que não seja regularmente renovada.

Própria das casas mais antigas e abastadas é também a utilização do telhado de quatro águas ou de uma adaptação das quatro águas a plantas mais complexas. As habitações comuns têm normalmente um telhado de duas águas. Mais ainda que as características expressivas são, porém, os aspectos funcionais e de organização interna da habitação que importa evidenciar nos exemplares deste concelho. As habitações em que a cozinha constitui uma edificação francamente separada do corpo dos restantes compartimentos são hoje, nos Açores, quase exclusivas do Pico. Estas casas com a cozinha separada têm, em regra, dois compartimentos no corpo dos quartos, sobre as lojas, e ambos os corpos (cozinha e quartos) têm uma planta rectangular. As casas mais abastadas, ou solarengas, com mais compartimentos, têm frequentemente uma planta em "L". A cozinha, porventura primitivamente separada, encosta agora nas traseiras, num dos extremos do "L", esboçando ou desenvolvendo a forma de "U".

O Património de São Roque

O Concelho de São Roque possui uma das mais representativas "fatias" da dimensão paisagística da ilha do Pico: a vasta zona de cultura da vinha da costa norte, que abrange as áreas de Santana, Cabrito, Arcos e Lajido. Estes terrenos, Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico, misto de natureza lávica e práticas culturais ancestrais foram em 2004 classificados como Património da Humanidade pela UNESCO. Os sítios do Lajido da Criação Velha e do Lajido de Santa Luzia são os maiores exemplos desta arte de parcelar a terra que esta distinção veio reconhecer. A Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico, classificada em 2004, por ser um exemplo notável que ilustra uma resposta única dos primeiros colonos no século XV que através da vinicultura transformaram uma paisagem rochosa e aparentemente improdutiva, num mosaico de pequenos talhões cintados de muros de pedra solta, chamados de "currais" ou "curraletas", que os protegem do vento marítimo mas deixam entrar o sol necessário à sua maturação, testemunho do trabalho de gerações de pequenos agricultores que, num ambiente hostil, conseguiram criar um modo de vida e um vinho de grande qualidade. Falar do vinho do Pico, é sinónimo de orgulho. A cultura da vinha está associada aos primeiros tempos do povoamento, nos finais do século XV. O vinho verdelho, a partir da casta do mesmo nome, ganhou reputação mundial ao longo dos séculos, chegando à mesa dos czares russos. A partir do século XIX são introduzidas novas castas que dão origem a vinhos de mesa brancos e tintos.

Extremamente representativa da cultura agrícola que ali se desenvolveu, secularmente, inclui os pequenos povoados conhecidos como "adegas", as construções a um tempo utilitárias e residenciais que preenchem esses núcleos (as "adegas" propriamente ditas, com exemplares notáveis no Cabrito), com os seus recheios (lagares, armazéns), os seus espaços sacros (com destaque para as ermidas do Cabrito e de Nossa Senhora da Pureza, esta do Lajido de Baixo), os muros de divisão dos vinhedos (que constituem um conjunto de "construção territorial" em si mesmo) e ainda vários pequenos objectos complementares da produção e da vida rural local (como os poços de maré no Lajido). Também inseridos neste conjunto, embora com uma lógica própria, podem referir-se os caminhos ou trilhos costeiros, sobre as lajes e pedras, para transporte dos produtos agrícolas, cujos sulcos ainda hoje encontramos na área do Lajido.

A actividade baleeira no Concelho de São Roque foi intensa – tal como nos outros concelhos do Pico, sobretudo nas Lajes – e dela ficaram alguns vestígios, sendo o mais significativo a chamada "Fábrica da Baleia". Trata-se de uma antiga fábrica de óleos e farinhas, sita no Cais do Pico, hoje musealizada no âmbito dos equipamentos culturais do Governo Regional. O edifício e o seu recheio (equipamento, maquinaria, mobiliário e documentação) constituem um testemunho global da actividade de caça à baleia, a qual durante décadas foi parte integrante da vivência do Picoense, a meias com a sua dimensão rural – islenha. Outras construções utilitárias igualmente com um valor próprio estão de algum modo relacionadas com este edifício, como é o caso do "tanque de água da baleia" sito na Ribeira Seca, e que se destinava a abastecimento daquela actividade fabril. Este "museu da baleia" deve entender-se também em conjugação com o outro museu da ilha, o dos baleeiros, implantado nas Lajes.

A caça à Baleia, outrora importante actividade económica da ilha, deu lugar, nos últimos anos, ao estudo e à observação de baleias, golfinhos e outros mamíferos marinhos, sendo as viagens destinadas à observação destas espécies organizadas a partir da Madalena ou das Lajes.

A arquitectura religiosa possui também alguns exemplos edificados com notabilidade neste concelho do Pico. O mais destacado será o do Convento de São Pedro de Alcântara, em São Roque, que se insere na tradição das casas franciscanas das ilhas, com a simplicidade de linhas e de espaços arquitectónicos comum a todas. Hoje constitui um espaço em transformação para servir como equipamento cultural. A sua relação paisagística com a envolvente, rural e marinha, é notável. Também as Igrejas de Nossa Senhora da Ajuda, na Prainha, e a Matriz de São Roque podem ser mencionadas como as duas mais notáveis do concelho, dentro de uma composição arquitectural de raiz "chã", mas não desprovida de certa originalidade compositiva e decorativa.

Concluindo, o Concelho de São Roque do Pico destaca-se, no conjunto açórico, fundamentalmente pela sua forte dimensão paisagística e rural, com notáveis exemplos edificados nos campos da arquitectura doméstica, religiosa e produtiva.

Essa identidade, que a tradição oral e escrita concentrou, no que respeita ao Pico, na expressão rude das casas, adegas e outras edificações, frequentemente construídas em alvenaria de pedra sem qualquer reboco interno ou externo, tem dois pontos altos no Concelho de São Roque: um no âmbito da habitação tradicional corrente, dita "popular", outro no âmbito da habitação de "influência erudita", quase solarenga.

A concentração no Concelho de São Roque de exemplares arcaizantes, tanto no domínio da casa "popular" como na habitação de "influência erudita", no seio de um acervo rico e variado de tipos arquitectónicos que estimula o estudo cruzado de influências, confirma a importância do património edificado deste município no campo da habitação tradicional.

Apesar de não haver uma fronteira nítida entre as casas "populares" e as de "influência erudita'', não é vã a tentativa de caracterização comparada.

As habitações de ambos os grupos inserem-se em ambiente rústico e comungam características próprias do contexto agrícola, como a de possuírem lojas térreas e surgirem muitas vezes acompanhadas de edificações de apoio à agricultura. Umas e outras são, portanto, casas rurais. As diferenças mais evidentes encontram-se na dimensão e na frequência, já que as habitações comuns possuem menos e menores compartimentos, mas podem ainda ser encontradas em pequenos núcleos, enquanto as casas maiores, tendo pertencido a proprietários mais abastados e socialmente mais proeminentes, são de ocorrência excepcional.

Certos aspectos construtivos e expressivos são também comuns às casas mais antigas, independentemente do estatuto socioeconómico de quem as mandou construir, nomeadamente o já referido ar rude e arcaico e uma proporção atarracada. A fama de negrume que envolve a arquitectura do Pico, resultante da utilização da pedra vulcânica sem qualquer revestimento (pedra que aparenta ser mais preta aqui que em qualquer outra ilha), é que nem sempre corresponde a uma realidade construtiva. De facto, todas as casas de "influência erudita" e muitas de arquitectura corrente foram rebocadas e pintadas de branco pelo menos nas fachadas principais. Mas o Concelho de São Roque está virado a norte, menos exposto ao sol e mais à influência dos ventos marítimos e das humidades que reduzem a uma mancha escura qualquer caiação que não seja regularmente renovada.

Própria das casas mais antigas e abastadas é também a utilização do telhado de quatro águas ou de uma adaptação das quatro águas a plantas mais complexas. As habitações comuns têm normalmente um telhado de duas águas. Mais ainda que as características expressivas são, porém, os aspectos funcionais e de organização interna da habitação que importa evidenciar nos exemplares deste concelho. As habitações em que a cozinha constitui uma edificação francamente separada do corpo dos restantes compartimentos são hoje, nos Açores, quase exclusivas do Pico. Estas casas com a cozinha separada têm, em regra, dois compartimentos no corpo dos quartos, sobre as lojas, e ambos os corpos (cozinha e quartos) têm uma planta rectangular. As casas mais abastadas, ou solarengas, com mais compartimentos, têm frequentemente uma planta em "L". A cozinha, porventura primitivamente separada, encosta agora nas traseiras, num dos extremos do "L", esboçando ou desenvolvendo a forma de "U".

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